Autores: Jon Talber / Ester de
Cartago[1]
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Um educador consciente de suas limitações, tende a ser mais
compreensivo, tornando-se um aliado, disposto a ajudar suas crianças; isso
inclui seus filhos e alunos.
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A educação verdadeira começa com o pai ou o
educador, que deve primeiramente compreender-se, ver a si mesmo, como é e age,
em casa e na rua, e então livrar-se dos padrões que criam os comportamentos
desajustados, tudo aquilo que não educa. Isso é fundamental, porque aquilo que
eles são como adultos, inseridos nessa cultura social, ou nação, com seus
vícios, seus hábitos, suas crenças, isso, eles transmitem para seus filhos e
educandos.
Se ele, o adulto, não for
educado corretamente, o que pode dar para seus educandos senão aquilo no qual
ele próprio crê, ou prefere? E os seus pontos de vista, as conclusões e conjunto
de valores que já fazem parte do seu caráter? O problema não é então educar a
criança, mas educar o educador. Isso vale para os pais ou qualquer outro que se
proponha a ensinar, ou constituir família. |
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Vejam quantos anos e rigor se exige para que um
advogado, engenheiro, ou outro profissional qualquer, seja autorizado a exercer
sua função. No entanto, para se exercer a função de pai, falamos do casal, que
deveria ser o mais importante papel dentro de uma sociedade criativa, sensata,
justa, nenhum pré-requisito é exigido, e mesmo a falta de experiência é bem
vista, uma vez que nunca é combatida. Experiência em criar, não se resume ao
saber cuidar, nutrir o bebê, falamos aqui de educação, não de cuidados físicos.
Cuidar fisicamente a sociedade sabe fazer bem, pelo menos possui os recursos
para isso.
Antes de começar, o
educador deve perguntar a si mesmo, o que para ele é ensino. Será ensino para
ele a aplicação das matérias tradicionais, padrões da grade curricular de
qualquer instituição, conforme determina a regra já exaustivamente praticada ao
longo dos anos? Tem ele a intenção de ajustar a criança, fazê-la pensar e agir
conforme todos da sociedade, que não funciona, já o fazem? Isto é, condicioná-la
para se tornar mais uma engrenagem da gigantesca máquina social, pronta a seguir
o pensamento corrente, ou deseja torná-la independente, um questionador de todos
estes falsos valores?
Fazê-los
compreender como devem examinar os valores e influências que estão em volta
deles, que direcionam suas condutas, não exige que esse mesmo educador esteja
também ciente desses fatos? Um analfabeto é capaz de ensinar outro a ler? Se
estamos limitados pelos nossos próprios problemas, e medos, como podemos ensinar
estas crianças a resolver coisa semelhante? Assim, primeiro aprender, vivenciar,
sentir pela própria experimentação, e só depois ensinar, não seria a coisa mais
sensata e lógica?
Se ele pretende
apenas ensinar os jovens a passarem pelos exames de avaliação escolar, então o
ensino tradicional já faz isso, basta seguir o roteiro. Nesse caso, nem
educador, nem educando precisam pensar, ou questionar nada, basta serem capazes
de imitar, e dessa capacidade, todos, já foram dotados de berço. Numa situação
de tal natureza, qual o papel do educador, senão simplesmente informar aos seus
educandos qual página dos seus livros devem abrir ou fechar? Devem se preparar
então, pois logo, todos, sem exceção, serão substituídos por máquinas, por
modernos computadores. Isso não tardará a acontecer, financeiramente, será mais
vantajoso para as instituições, mais atraente para os jovens. |
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Para aconselhar sobre o medo, suas nuances e
malefícios, primeiro deve o educador compreender como ele próprio se comporta
diante da questão. Não sendo capaz de resolver seus medos, não poderá aconselhar
seus educandos sobre o medo. Mas poderá ser sincero com eles e falar da sua
própria fraqueza em relação ao medo. Isso criará entre ele e os alunos uma forte
empatia, e uma vez que compartilha de seus temores e fraquezas com os mesmos, os
alunos também se sentirão à vontade para fazer coisa semelhante.
Um verdadeiro educador, jamais se colocará num
pedestal da autoridade que sabe mais diante dos seus alunos. Afinal de contas,
quem aprenderá a lidar com os alunos, estudará seus comportamentos para
compreender suas disposições e preferências, quem, senão o educador? Então, quem
está ensinando a quem? Se for educador por vocação, ficará grato por lhe ser
permitido aprender com seus educandos. Um educador primeiro aprende, depois
ajuda seus educandos a encontrar a melhor solução, respeitando os limites
individuais de cada um deles. |
Paciência também se aprende, não é coisa do instinto, isso se
aprende com os adultos. A criança precisa aprender sobre seus limites desde
muito cedo, ou será tarde demais.
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Falar dos próprios limites aos alunos, constitui um
dos mais elevados níveis de auto-aprendizado. Os benefícios são tantos, para os
dois lados, que é impossível falar sobre o assunto em poucas linhas. Os alunos
incutirão forte empatia e respeito pelo mestre, que como eles, também é
imperfeito, e não nega isso. Eles também se sentirão à vontade para expressarem
suas fraquezas, e limitações, e mais profundas dúvidas existenciais. Deve, no
entanto, o mestre, resguardar-se de comentários que o possam colocar em
situações embaraçosas, ou perderá o respeito. Falar demais nunca é bom, falar o
necessário é a melhor política.
Para
criar em sala de aula um clima de respeito, seriedade, deverá o educador ficar
atento às suas promessas, que devem ser cumpridas na íntegra. Agindo assim, ele
poderá cobrar dos seus educandos. Explicar aos alunos o porquê de cada coisa,
isso inclui as falhas pessoais, ou o não cumprimento de uma promessa, ajuda-os a
criarem a necessária coragem, para compartilharem dos seus próprios dilemas
individuais, e dúvidas.
Conselho em
demasia, tem o mesmo valor que qualquer coisa que recebemos em excesso; faz mal,
cansa, torna-se coisa sem valor. Num momento crítico, as críticas e ressalvas
mais prejudicam que ajudam. Alguém que está se afogando, precisa de alguém que
lhe estenda a mão, não de alguém disposto a lhe passar um sermão. Passada a
crise, uma conversa franca, interessada, questionando tudo que estava envolvido,
de forma discreta, ordenada, será coisa bem vinda. Sendo o aluno ou filho
arredio, encontrar um momento adequado, cuidando de não deixar a ocasião se
distanciar muito do ocorrido, é essencial. Deixar passar o momento, é desprezar
uma excelente oportunidade de aprendizado, para as duas partes.
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